meio nu
meio não
Desejo entrincheira
Ontem quis te desenhar nas paredes,
mas faltaram traços nestas mãos que te desejavam os contornos.
Não importei e te toquei no invisível do mundo.
Tive devassidões sobre visão recordada tua,
uns caminhos precisos de luz e sombra que vi no teu corpo
entrando pela roupa pouca outro dia.
Risos e sons teus te vestiam doce e desvestiam louca,
assim inventada no invisível do pensamento.
Pousávamos na boca e tudo evoluía para fora do lugar,
no entorno, na superfície e no mergulhado da gente:
eu nascia para dentro de ti e tu formou de selvagem irrestrito da vida,
no meu corpo florescida e saltante,
dando-me nascimentos em agonias do bem do corpo.
No natural, quando tais nascimentos e agonias saciassem,
haveria o prolongar de uma noite doce
repousada em pele toda completa oferecida em braços
- nudez misturada com escuro e outro.
Mas no inventado não resta mansidão.
Desejo entrincheira.
Te quero ao claro visível.